Entre as várias exigências da lei, o mapeamento de dados é uma das mais complexas e cruciais trazidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No entanto, muitos profissionais de proteção de dados e as organizações ainda subestimam a importância de um planejamento prévio antes de embarcar nessa tarefa.
Entre os diversos artigos que compõem essa legislação, o Artigo 37 destaca-se por suas implicações no mapeamento e registro de dados. Este artigo visa aprofundar a discussão sobre a importância do planejamento estratégico no contexto da LGPD.
Este artigo tem como objetivo destacar a relevância do planejamento estratégico antes de iniciar o efetivo mapeamento de dados para adequação empresarial à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Mapeamento de Dados e os Artigos da LGPD
A LGPD, em seus artigos, estabelece diretrizes claras sobre o tratamento de dados pessoais.
O Artigo 37 da LGPD estabelece que tanto o controlador quanto o operador devem manter um registro das operações de tratamento de dados pessoais que realizarem. Isso é especialmente relevante quando o tratamento é baseado no legítimo interesse, uma das bases legais para o tratamento de dados pessoais.
O mapeamento dos dados pessoais é o registro e a forma de documentar, além de justificar as operações, servindo como uma evidência de conformidade com a lei.
A Complexidade do Mapeamento de Dados
No entanto, o mapeamento de dados não é uma tarefa simples. Envolve a identificação, classificação e catalogação de todos os dados pessoais que uma empresa coleta, armazena, processa e compartilha. Além disso, é necessário entender como esses dados fluem dentro e fora da organização.
Sem um planejamento inicial adequado para o mapeamento dos dados, a empresa corre o risco de cometer erros que podem resultar em violações da LGPD, com consequências legais e financeiras significativas.
Planejamento Estratégico Inicial do Mapeamento
O planejamento estratégico inicial é fundamental para garantir que o mapeamento de dados seja feito de forma eficiente e eficaz.
Este não é apenas um clichê corporativo, mas uma realidade inescapável no contexto da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O mapeamento de dados é uma operação complexa que envolve múltiplas etapas e variáveis. Sem um planejamento estratégico inicial sólido, as empresas correm o risco de abordar essa tarefa de forma desorganizada, o que pode levar a erros, omissões e, finalmente, a violações da lei. Ou pior, abandonar o mapeamento muito antes de finalizar.
Um planejamento estratégico inicial bem elaborado serve como um roteiro para a empresa, delineando cada passo do processo de mapeamento de dados. Ele ajuda a definir o escopo do projeto, identificar os recursos necessários e estabelecer um cronograma realista.
Além disso, o planejamento estratégico também tem um valor intrínseco para a cultura de proteção de dados dentro da empresa. Ele envolve a participação de várias partes interessadas, desde a alta administração até os funcionários que lidam com dados no dia a dia. Isso ajuda a criar um ambiente onde a proteção de dados é vista como uma responsabilidade compartilhada, fortalecendo a conformidade em todos os níveis da organização.
Casos Práticos: A Importância do Planejamento Estratégico Inicial
Uma pequena empresa de comércio eletrônico decidiu iniciar o mapeamento de dados sem um planejamento estratégico prévio. Considerando a tarefa como secundária, a empresa delegou a responsabilidade a um pequeno grupo de funcionários de proteção de dados. Poucas semanas depois, a equipe se viu sobrecarregada pela complexidade do projeto e abandonou o mapeamento antes de concluí-lo. Como resultado, a empresa percebeu que havia desperdiçado tempo e recursos, sendo obrigada a refazer todo o processo de forma mais organizada. É importante destacar que, devido à falta de conformidade com a LGPD, a empresa acabou perdendo contratos significativos em seu segmento de mercado.
Conclusão
Em resumo, o planejamento estratégico inicial é mais do que uma etapa preliminar; é um componente crítico que permeia todo o processo de mapeamento de dados. Ele oferece uma estrutura que ajuda a empresa a navegar pelas complexidades da LGPD, minimizando riscos e maximizando eficiência. Ignorar essa etapa é, em muitos aspectos, navegar em águas desconhecidas sem um mapa, e as consequências disso podem ser tanto onerosas quanto prejudiciais. Os casos práticos apresentados neste artigo ilustram claramente os riscos associados à falta de um planejamento estratégico bem elaborado, desde a perda de tempo e recursos até consequências mais graves como multas e perda de contratos significativos.
Portanto, minha recomendação enfática é que você não inicie o processo de mapeamento de dados para conformidade com a LGPD sem antes estabelecer um planejamento estratégico robusto que assegure uma execução eficiente desde o início até a conclusão do projeto.
Se você ainda não começou o seu planejamento estratégico para conformidade com a LGPD, agora é a hora. Não subestime a complexidade e a importância deste processo. Se sentir que precisa de orientação especializada, não hesite em buscar consultoria profissional. O sucesso da sua empresa na era da proteção de dados começa com um planejamento inicial bem-feito.
Comentários